terça-feira, setembro 18, 2012

# vícios


Descoberto outro filão: a colecção Literatura de Viagens, da Tinta da China.
Alguns já tinha lido (malgré tout, fiquei siderada no Caderno Afegão), a outros nem me atrevi a regressar (Veneza).

Voltando atrás: hoje regressei a um sítio onde tão depressa não contava voltar. Apesar de tudo foi bom, soube bem. Nada de sentimentos maus (mesmo a quem os merecia) e a sensação boa de ver tantas caras queridas.

À espera, foi hoje que dei a devida atenção à Palavra de Viajante, a livraria de viagens. Uma delícia!
Edições portuguesas, mas não só, e até lá encontrei o Bárbaro da Ásia, de Michaux (edição em francês).

Há exposições de fotografia e a actual é sobre a Birmânia. Visto depois no facebook, consta que o Café do Viajante, rest/bar no interior, tem menu a condizer. A experimentar!
As salas estão organizadas por zonas e os guias intercalam com acessórios literatura temática. Uma delícia e só dá vontade de ir para lá viver.


Estando nisto, na mesa principal Disse-me um Adivinho, de Tiziano Terzani.
Sobre uma viagem na Conchichina de um antigo repórter de guerra italiano. Que viveu dezenas de anos em Saigão (actual Ho Chi Minh), no sul do Vietname, e resistiu até aos vietnamitas regressarem. Que depois, decidindo acreditar numa profecia que lhe contara um adivinho quinze anos antes, decide viajar na Ásia durante um ano rigorosamente sem usar o avião.
Tudo promete aqui e bem me parece que vou devorar estas seiscentas páginas.


Em mote geral o vício cresce e parece estar a passar além das suas próprias fronteiras. Saboreio isto ao máximo e tento procurar, enquanto ainda tenho, a calma e serenidade aprendidas nas andanças da Ásia.
[Nem de propósito, em breve o regresso à Ilha Encantada.]

Não é preciso muito para voltar a acreditar (2006, onde já vais):

Durante um ano percorreu o Extremo Oriente por terra, lentamente, em busca de um tempo perdido, numa viagem de sentido duplo: aquele que correspondia ao trajecto geográfico, ligando os pontos de um mapa, e o que o fez levar a cabo um percurso íntimo e de autodescoberta. Numa viagem assim, quem chega nunca é quem partiu.

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