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Conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos…
Singra o navio. Sob a água clara
Vê-se o fundo do mar, de areia fina…
— Impecável figura peregrina,
A distância sem fim que nos separa!
Seixinhos da mais alva porcelana.
Conchinhas tenuemente cor-de-rosa,
Na fria transparência luminosa
Repousam, fundos, sob a água plana.
E a vista sonda, reconstrui, compara.
Tantos naufrágios, perdições, destroços!
— Ó fúlgida visão, linda mentira!
Róseas unhinhas que a maré partira…
Dentinhos que o vaivém desengastara…
Conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos…
Camilo Pessanha
(* e nem vos conto do que é feita esta ironia)
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segunda-feira, outubro 24, 2011
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