"Gabei-me muito, em idade escolar - como se não tivéssemos todos obrigação de estar em idade escolar até na véspera da nossa morte e, se possível, no próprio dia - de praticar uma espécie de preguiça inteligente: trabalhar arduamente e com a máxima rapidez para ter, depois, mais e melhor tempo livre. (...) Mas apercebi-me, com o passar dos anos e com o adensar das responsabilidades, de que a preguiça inteligente é uma ilusão. Quanto mais coisas fazemos mais coisas temos para fazer. E as ideias são como as doses de cocaína: se nos surge uma, tomamos-lhe o gosto e andamos sempre à procura de mais. Sempre pensei que não conseguia ter ideias. Agora tenho algumas. Banais, medíocres, mas não faz mal. Se as concretizar bem, posso chegar com facilidade às pessoas banais e medíocres. Somos todos iguais. Gosto disso."
Escrito pela Filigranaa, que desaparecida das lides visuais, está na wittgensteiniana viena, para se ler do princípio ao fim.
sábado, maio 10, 2008
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