Uns defendem que o Estado é o Estado, e é a ele que compete governar(1). Outros, como eu, defendem que cada indivíduo/cidadão (esta última é mais bonita) deve ter sempre uma palavra a dizer. Democracia participativa, em que cada um possa intervir em vários momentos e níveis - e não só na hora de votar(2).
Depois há ainda aqueles que, para chegarem a uma ideia que no espírito até é boa, usam o argumento totalmente ao contrário(3), fazendo tábua rasa de uma ideia boa, mas não perfeita. Pedem tanto, que os (1), que até podiam aceitar o (2), acham que aí é que já é mesmo demais. Ou seja, com os argumentos do (3) virados do avesso, vá lá conseguir convencer os radicais (1) que a ideia (2) não é má de todo. Vamos ao exemplo!
(1) Num trabalho recente defendi a participação dos utilizadores na regulação da internet, de forma permanente. Por exemplo, cada site devia ter uma possibilidade de os utilizadores assinalarem se detectarem conteúdos ilegais/nocivos. Esta ideia não é nada pacífica(2). Há quem diga que quem exerce o poder de regular a net é o Estado e mesmo assim só às vezes(1).
E como qualquer ideia (ainda que boa) não está isenta de riscos, esta (2) despontaria ainda o risco da censura colectiva. Mas é um entre mais. Ponderado, as vantagens parecem-me maiores. Ou seja: vamos lá a ter mecanismos nos sites para se poder detectar/reportar conteúdos ilegais (pornografia infantil, hate speech, entre outros crimes graves). Parece-me razoável.
Agora vejam o (3) no post acima. E de como alguém, a pretexto de defender os civil rights, no caminho acaba por deitar tantas outras boas ideias por terra...
quarta-feira, abril 09, 2008
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