Ontem ainda assisti um pouco ao Prós&Contras (stupid me, I know).
E nunca na vida me senti tão humilhada, maltratada, enxovalhada. Eu não estava lá, estava a assistir de casa, mas o discurso machista, o discurso insultuoso era-me dirigido a mim. Porquê? Porque sou mulher.
Em todos os argumentos do não veio à tona uma coisa até agora apenas latente: MACHISMO, MACHISMO PURO.
Porque se percebeu que aquilo que irrita tanto o "não" é a parte da pergunta "a pedido da mulher".
A pedido da mulher, nunca! Tudo menos a pedido da mulher!
A pedido de quem é que havia de ser??? - pergunta óbvia de Vasco Rato.
Aguiar Branco engoliu em seco e não respondeu (a pedido do padre? do homem? divino? Ficámos sem saber.)
Com este debate, fiquei a saber: podem aceitar tudo, menos deixar a mulher decidir. Porque a mulher aborta por "estados de alma", porque aborta "sem razão", por "motivos fúteis". Porque é estúpida, enfim.
Mas outra pergunta impõe-se: onde está o homem que deu aquele esperma? Ou foi a p
erfida da mulher a engravidar sozinha, só para poder fazer um aborto depois? Curioso, o não nunca fala deste "homem". Sintomático.
Portugal, 1947. Perdão!, 2007 (às vezes até me esqueço).
1 comentário:
Pois, é curioso... Outros dizem que isso é coisa de mulheres, e "elas" que tivessem tido cuidado. Mulheres, umas malucas que dizem que não gostam de usar preservativo, e se esquecem de tomar a pílula de propósito.
Enviar um comentário