terça-feira, julho 27, 2004

Tu quoque




E assim acontece. Neste estado de espírito A Outra Voz sai de fininho para umas mini mas muy apetecidas férias.
Até já!

domingo, julho 25, 2004

Uma casa do tamanho do mundo


Depois disto tudo, o que dava mesmo jeito era ter uma casa de acolhimento em cada canto do mundo. Parece difícil?
Mas é tão fácil. É só contactar a Servas International. Saibam como aqui.

Duas sugestões


...para quem tiver (quase) o dom da ubiquidade!
O Festival de Músicas do Mundo, em Sines - 29 a 31 de Julho de 2004, e o Andanças, em S. pedro do Sul (perto de Viseu) - de 1 a 7 de Agosto.

A Festa da Galeguidade


Aqui não se está em Espanha. Quando muito está-se na Galiza.
A Festa do povo Galego, ou Festa da Galeguidade. Ontem, na Xuventude da Galiza, em Lisboa.
De repente sentimos como se estivéssemos em casa - duplamente.
Ouvir uma gaita de foles galega tocar uma muiñeira não é muito diferente de ouvir os Galandum Galundaina numa música mirandesa.
Da mesma maneira que o galego é um português careegado de "ch", e me sinto tão em casa de cada vez que vou à Galiza.

(E as malas estão quase feitas...)



(imagem retirada daqui)

Chove en Santiago
meu doce amor
camelia branca do ar
brila entebrecida ao sol.

Chove en Santiago
na noite escura.
Herbas de prata e sono
cobren a valeira lúa.

Olla a choiva pola rúa
laio de pedra e cristal.
Olla no vento esvaido
soma e cinza do teu mar.

Soma e cinza do teu mar
Santiago, lonxe do sol;
agoa da mañan anterga
trema no meu corazón.


Luar na Lubre,
Chove en Santiago

Letra: FEDERICO GARCIA LORCA.
Música: ALBERTO GAMBINO.
Publicada en CABO DO MUNDO, 1999
Premios de la música 2000
"Mellor canción en galego"

Early morning blogger


Acordar cedo ao domingo.
Tomar o pequeno almoço com calma, algumas tarefas domésticas.
Sair para as compras (algumas, poucas), comprar o jornal e tomar café.
Voltar para casa, ler os jornais. Espantar-se com algumas notícias, admirar com algumas reportagens.
Por volta do meio-dia começar a fazer o almoço.
Portas fechadas por causa do sol, a casa fresca.
Ouvir os pássaros no jardim.

Ps-is it really me you're talking about?

sexta-feira, julho 23, 2004

Música Perpétua




"Águas
Das fontes
calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto
A cantar"


José Afonso,
Balada de Outono


Acompanhado pela guitarra de Coimbra.
Uma música que hoje é mais triste ainda.

quinta-feira, julho 22, 2004

"Metronavegar"

 
Melville, no início do "Moby Dick", citado aqui:

"dou-me conta que está na hora de me fazer ao mar, quanto antes. (...) Embora não se dêem conta, tal como eu, quase todos os homens acalentam, mais tarde ou mais cedo, este desejo de mar.(...)"

Não resisto a linkar. Não sei porquê, tenho deparado com Melville em muitos blogs. Será desejo de mar alto?
A nossa necessidade de navegar é impossível de satisfazer, poderia dizer-se.
Boa viagem, Metrografista! E uma boa "bagagem" de regresso. Não é isso que procuramos sempre.
 

Gatilho

 
Há coisas que nos acontecem assim, sem que ninguém possa prever. Nem é preciso muito, uma palavra de alguém basta, por vezes.
Despertam em nós uma vontade tão grande de ser e de viver, que o mundo inteiro parece pequeno.
  

Umbigo

 
Ultimamente este blog mais parece um citador. Seja de textos ou imagens.
Já pensei nisso, na forma de o alterar e nada surge.
Verdadeiramente não sei porque acontece. Falta de tempo não é, falta de disponibilidade mental talvez também não. Talvez seja uma coisa mais forte: a falta de um estado de espírito contínuo que permita que cada post "se escreva a si mesmo".
Olhar para uma imagem e apanhar aquele fio de luz e de vida, pegar na máquina fotográfica e descobrir coisas por aí. Da mesma forma, inventar um assunto para escrever, dizer qualquer coisa acerca dele que seja apresentável.
Agora que penso nisso, começo a sentir saudades deste blog.
 

Critério

             
"A juventude* é não saber o que vai acontecer a seguir."

Henri Michaux

* Seja de corpo ou espírito. O importante parece ser mesmo o não saber. Vamos a isso?

terça-feira, julho 20, 2004

Vilar da Música





Post tardio, devido à ressaca do sono e do cansaço.
(And a huge smile on my face!)

quinta-feira, julho 15, 2004

A propósito de nada


(Sei que é uma parvoíce, mas até o post em si me comove. Este filme é um turbilhão. Indescritível.)

Pop Idols


SCHOOL CHILDREN

I want to Be a Farmer. I want to be a Barrister. I want to be a Truck Driver.


(Settle on the last child in the row, a solemn tow-haired boy whose seriousness is betrayed only by the cherry-redness of his lips. A hand-made name card hanging from his neck reads ‘Oscar Wilde’.)


EIGHT YEAR OLD OSCAR

I want to be a pop idol.



He wears the emerald pin on his lavender cravat. It sparkles.




Velvet Goldmine,
de Todd Haynes
(Do guião)


Um dos mais belos filmes que já vi.
Ou não começasse ele pelo Esteta por excelência. Mr. Wilde, também aqui retratado de forma singular.
A ver, sem dúvida. Full of content, do princípio ao fim.


Ps-post a My Moleskine. E já que se fala tanto em cinema...

terça-feira, julho 13, 2004

Iniciação




Face às notícias dos últimos dias, desenvolvi a útil capacidade de ter uma memória selectiva.
De uma assentada, desapareceram Primeiro Ministro e Presidente da República.
A minha anarquia está definitivamente legitimada.

Some things never change


Coronel: Eu pergunto se não foi precisamente por isso que ele enveredou pela política.
Otero: Necessidade de afirmação? Ah, mas sem dúvida. O meu professor de direito civil costumava dizer que a política é a projecção da frustração individual sobre o colectivo.
(...)
Pegando na política, o coronel visitante lamenta que certas coisas se tornem claras aos olhos das pessoas quando já não há remédio.


José Cardoso Pires,
Balada da Praia dos Cães


Juro que não inventei nada. Está lá tudo, pp. 109 e seguintes.
Algumas coisas parece mesmo que nunca mudam.

sexta-feira, julho 09, 2004

Balada de fim de semana


"Chiça, berra o Inspector, mais uma ambulância. Tenho dias em que saio daqui todo aos apitos."

José Cardoso Pires,
Balada da Praia dos Cães


Neste estado de espírito vai A Outra Voz de fim de semana.
Entre parêntesis, gozando o vício por policiais acabadinho de inventar.

quinta-feira, julho 08, 2004

Ou a presença contínua




Goya,
Saturno devorando a un hijo



Capa de "Ou o poema contínuo",
de Herberto Helder

Rui, a presença dos mestres é o estar sem se ver.
Permanece em silêncio, do qual é mestre.
Se um poema de Herberto Helder aqui entrasse, que mais dizer depois disso.

quarta-feira, julho 07, 2004

Lei da Gravidade


Fist, down, and then up.
Assim há que observar a lei da gravidade.
Nem sempre assim, mas há que acreditar que pelo menos a segunda parte esteja correcta.

segunda-feira, julho 05, 2004

O teu rosto


“É o teu rosto ainda que eu procuro
Através do terror e da distância
Para a reconstrução de um mundo puro.”

Sophia de Mello Breyner Andresen,
Mar Novo (1958)


E se às vezes isto é tão verdade...

Sophia




Feita de mar e de silêncios.
A mulher a quem só faltou ganhar o Nobel.

Atchim!


As constipações são das "doenças" mais chatas que existem. O corpo mole, o nariz sempre a espirrar, uma indisposição geral para tudo.
Sentir um torpor nas pernas e só ter vontade de dormir.
As baixas defesas do corpo devem conduzir a estados de indisposição geral. Da mesma forma que um estado (inicial) de indisposição pode muito bem ter conduzido a esta gripe.
O que sei é que hoje nada parece correr bem. Como o melhor está sempre por vir, resumo à moral da estória: há dias em que nem nos devemos levantar da cama.
Infelizmente, para mim hoje não foi um deles.