domingo, agosto 25, 2013

[E eu só penso nos floating markets do Mekong]

 
Capítulo 98
De outras muitas diversidades de cousas que vimos, e da ordem que se tem nas cidades movediças que se fazem nos rios, em embarcações
   
E nos quinze dias que estas feiras duram, que e da lua nova até a cheia, é mais para ver a polícia [ordem, disciplina] e o concerto, e a nobreza desta cidade, que está fabricada no rio em embarcações, que quantos edifícios há na terra, porque nela se vêem duas mil ruas muito compridas e muito direitas, fechadas todas com embarcações de uma parte e da outra, e as mais delas com toldos de seda e muitos estandartes, guiões e bandeiras, e varandas pintadas de diversas pinturas, em cima das quais se vendem todas as cousas quantas se podem desejar; noutras, há todos os oficiais mecânicos de quantos ofícios há nas repúblicas; e pelo meio corre a gente que negoceia, em umas manchuas pequenas, muito pacificamente, sem estrondo nem reboliço nenhum.

Fernão Mendes Pinto, Peregrinação
   

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