quinta-feira, dezembro 13, 2012

[Eu, roída de saudades da Ásia]

                 
"Aquela experiência veio reforçar a minha suposição: a fé exclusiva na ciência privara-nos a nós, ocidentais, de uma interessante bagagem de conhecimento. Tínhamos enfiado pela auto-estrada do saber científico, esquecendo todos os outros atalhos que em tempos também nós, certamente, conhecíamos. (...)
Dormi lindamente, no terraço. Acordei às cinco sem o gongo, fui pôr três pauzinhos de incenso na sala dos budas e meditei durante mais de uma hora voltado para o rio."


Tiziano Terzani, Disse-me um Adivinho



E foi assim, à semelhança das massagens, outra coisa que ficou da Ásia: não damos pela falta ou pelo corpo torcido, mas quando nos começam a tocar vem a dor toda ao de cima. Foi mais ou menos isso, ontem à noite, quando mais uma vez exausta me deitei e peguei no livro para finalmente o acabar.
Li isto e foi uma voragem na minha direcção, como se tivesse sido atingida de muito longe, e com tantas saudades relembrei os campos de lótus e todo o incenso dos templos budistas de Bali e do Cambodja.
  

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