segunda-feira, janeiro 16, 2012

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Como um archote

Vem tudo à superfície.
Como se
dentro da casa
um maremoto levantasse
as pedras todas, uma a uma; como se
no centro, iluminadas,
as esferas rodassem
no seu eixo — tudo
de repente se inclina, tudo arde
nesta fogueira acesa
como um archote de sangue, uma lua
de enxofre.

Albano Martins


[Foi casual, de como olhar para o lado depois de esvaziado um envelope e subitamente ele estava ali.
Li alguns poemas, no meio dos artigos, e uma incrível pontaria.
Pesquisando na net, por exemplo esta página.
Encontrado este poema, fez-me perceber melhor o facto de, gradualmente, me ter deixado cada vez mais da poesia.]
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