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Devia ter-me preocupado mais com isto, eu sei, mas a irresponsabilidade tem reinado nas minhas últimas semanas. Um milagre que mesmo assim tenha vindo a correr tudo bem - tem?
Lembro-me da primeira viagem "estranha"? "menos confortável"?. O que iria encontrar era um mistério e os mitos à volta adensavam-se. Ler "cuidado com as minas" aumentou a curiosidade e tudo estava ali ao virar da esquina.
No fim o Kosovo revelou-se um sítio tão hospitaleiro como qualquer outro. Apenas mais pobre - e com mais desorganização.
A viagem "estranha" seguinte, e até cronologicamente falando: México.
Lembro-me de me terem ido buscar ao aeroporto ao fim do dia e tudo era a surpresa. Esbugalhada na janela, de Guadalajara à aldeiazinha de Sán Estebán, onde ia ficar mais de uma semana. Uma hora de percurso entre barracas e as mercearias abertas toda a noite - e o espanto por ver tanta gente e sempre tão acordada.
No dia seguinte, ao acordar na hacienda, perguntar a medo se era seguro ir até à aldeia. Mal eu sabia... lugar mais seguro não podia haver, as viagens à horta eram deliciosas e ver assim os nopales... miammm. Para não falar nas paletas da mercearia, gelados à base de fruta (ok, estão a ver aquela história do "cuidado com a água"? - era confiar) no pós-almoço diário.
De Guadalajara ao Pacífico, foi assim ou melhor e o México ganhou um lugar especial no meu coração.
(E regressar à Áustria a seguir... o que eu amaldiçoei, amargamente, aquela Europa tão "civilizada".)
Istambul também seria estranha, mas o resultado... uma cidade tão cosmopolita como outra qualquer - apenas com mais, muito mais diversidade. Tão bom. É certo que ia em grupo, mas nem foi questão em que pensasse.
De todas elas, talvez a próxima seja, nesse sentido, a mais aventureira de todas. É curiosa a sensação de estranheza, com misto de receio bom, de não saber muito bem o que vou encontrar. Até para coisas práticas, do estilo: que hei-de levar na mala.
(Além disso, de todas uma novidade: nunca antes me preparei tanto e tão antecipadamente para uma viagem. Só as vacinas foram todo um processo e os comprimidos da malária já deviam ter sido tomados. Para já não falar na enorme farmácia que tenho de ir aviar. & a irresponsabilidade de não conseguir um repelente decente. Enfim.)
De todas, o mesmo sentimento, que no fundo é o que tenho para esta também: que vai correr tudo bem. Que em todo o lugar do globo há gente hospitaleira e que é preciso é comunicar. Acho que pode vir a ser uma belíssima surpresa.
E depois... capital é capital, e muito provavelmente vou ter tempo para pouco mais. E será tão bom se tiver, porque acho que a minha perspectiva das coisas vai, mais uma vez, mudar.
Em contagem decrescente, expectante para a viagem. Um outro mundo existe e é uma pena que tão poucas vezes tenhamos uma oportunidade tão próxima de dar por isso.
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domingo, janeiro 30, 2011
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