terça-feira, maio 27, 2008

deuses das pequenas coisas

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A reunião ia ser em árabe, com tradutor. Dispersante, pensei. O som do árabe era baixo, muito suave, quase sussurrante. Nem uma palavra encaixava. Pus-me a imaginar a que corresponderia cada som, cada palavra. Falava quase sem nos olhar, fazendo-nos pensar no longínquo que aquele som evocava.

De repente tirou uma folha, uma caneta. Pôs-se a tirar apontamentos. Foi aí que começou a escrever, pausadamente, da esquerda para a direita, em letra árabe, caligrafia fina, lindíssima. Fiquei a olhar, quase em hipnose - e lamentai não o poder fotografar.
Foi uma das imagens que me ficou do dia e é lindíssima.

1 comentário:

GWB disse...

Quando vejo a minha companheira escrever e saber que ela está aprender e pôs-se a aprender isso recentemente é do caneco.
É uma língua incrivelmente bonita e poética. Claro que não percebo bulhufas e isso não é plano para esta vida.
Verídico: em árabe uma pessoa não acorda simplesmente. A expressão é sempre "acordar dos sonhos".
É espectacular. Não sei se é em árabe, acho que é (mas não lembro mesmo), que a pessoa também não dá simplesmente, mas "dá do coração".