terça-feira, novembro 28, 2006
As cidades (in)visíveis
Budapest, Hungary
Tinha nos olhos aquela presença de mar, o mesmo fundo de água nas pupilas dos marinheiros, mesmo quando ancorados à margem. Não gingava, balançava às vezes ao caminhar, a ausência de pensamento definitivo conferia-lhe um parco equilíbrio de outra forma inalcançável.
Mas não deixavam, as suas âncoras imaginadas, de partir rumo a outras paragens.
Pensava então com toda a força nos comboios que vão para Antuérpia, ruídos de comboio lá em baixo rente ao vidro, as cidades brancas, as cidades atravessados por rios secos, as cidades que a certo momento se atravessam.
Brancas, infinitas, sempre à mão de alcançar – as cidades onde se fica, mesmo sem querer. Mesmo sem quase se ter estado…
E isto era a dose diária de voo, o branco do infinito colado mesmo ali ao vazio da mão, as imaginárias cidades. Cada vez mais perto do comboios que irão, desta vez, mesmo para a cidade de Antuérpia.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário