terça-feira, julho 19, 2005

O que Diz A Outra Voz*


-Sobretudo era preciso começar por aí: inventar um tema escuro, a partir dele começar a dispersão.
Mas não uma dispersão qualquer. Uma dispersão tipo mergulho, orientada e sempre direita à base de tudo, sempre mais escuro e profundo.
-É, parece-me uma boa ideia. Sobretudo se o Rapaz for do género de escarafunchar nas feridas, abrir ao máximo as veias a partir dos poros, esvair-se em pensamento a partir da flor da pele.
-Penso que tudo isso o Rapaz já fez. Hoje trilha pelo caminho oposto, ou seja, vê um rio e só pensa o nome de Gota.
-É, o crescimento e a diminuição interior é sempre um tema complicado.
-Alice não faria melhor, embora o Rapaz o faça mesmo sem garrafinha ou cogumelos.
-Que cogumelo haverá maior do que o existir?
-Ou garrafa por onde se entra e o gargalo depois é tão estreito. O que nos vale é sempre uma qualquer forma de éter.

*glosa (querias!) do estilo de Diniz Machado, em O Que Diz Molero

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