A TORRE E A METRALHADORA OU FREUD NA PRÁTICA
Era um bom menino.
Um típico virtuoso bom menino.
Desde criança, a mãe
não o tocava para não
criar-lhe complexos de
Édipo. O pai não o tocava,
para que ele não fosse
um dia homossexual.
Os amigos na escoa
não o tocavam, nem
ele a eles, para que
ninguém, ou eles mesmos,
pensassem que eram
homossexuais. Ele
também não se tocava
para não sujar-se de impureza.
Com as namoradas, sem se
tocarem, só a beijos e
«petting to climax» com
o menos possível de mãos
se contentava (em casa,
despia depois as cuecas nas pontas dos dedos,
e tomava duche, sem se tocar).
(...)
Jorge de Sena,
Jan. 1970
Esta é talvez a parte de "Freud". A da metralhadora desfecha o caso. A ler e meditar (ou não: bastaria em vez de meditar a acção).
(post que poderia ser patrocinado por um detergente qualquer, ou bem assim por um anúncio de imprensa de um qualquer padre mais cuidadoso)
sábado, março 19, 2005
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