terça-feira, novembro 09, 2004

Máscaras


A intensidade poética da sua prosa é para aliviar tensões entre as personagens?

Não me é consciente. Uma coisa para mim é clara: tenho de proteger os meus ovos, que são os meus livros. Se racionalizar as coisas, perco-as. Estaria a fechar portas a mim mesmo e a essas coisas, que não sei bem se me pertencem, e emergem com essa força. Nos momentos felizes, a mão anda sozinha. A cabeça está a ver ao longe e fica contente, porque são as palavras certas que a cabeça não encontraria. É a mão.


António Lobo Antunes,
em entrevista hoje ao DN

Lê-se isto e vê-se por detrás o homem bom que usa a máscara.
Para ler de um trago.

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