terça-feira, janeiro 13, 2004

Eu, psicopata, me assumo - II


Olha logo com quem me fui meter.
Eu disse mata, há quem diga esfola!



"Mas o mais corajoso dos homens entre nós tem medo de si próprio. A mutilação do selvagem sobrevive tragicamente na autonegação que corrompe a vida. (...)
A única maneira de nos livrarmos de uma tentação é cedermos-lhe. Se lhe persistirmos, a nossa alma adoece com o anseio das coisas que se proibiu, com o desejo daquilo que as suas monstruosas leis tornaram monstruoso e ilegal. Já se disse que os grandes acontecimentos do mundo acontecem no cérebro. É também no cérebro, e apenas neste, que ocorrem os grandes pecados do mundo. Mesmo o senhor, Mr. Gray, com a sua juventude de rubro rosa e a sua mocidade de branco rosa, teve paixões que o amedrontaram, pensamentos que o aterrorizaram, sonhos diurnos e sonhos dormindo cuja simples memória talvez o faça corar de vergonha..."

Oscar Wilde,
O Retrato de Dorian Gray


(Acho que este livro tem tanto de belo como de perigoso. Vou continuar a ler com a noção clara do precipício. Prometo dar notícias em breve. Avisem se começar a apresentar estranhos sintomas...)

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